
A paquistanesa Malala Yousafzai, de 17 anos, e o indiano Kailash Satyarthi venceram o Prêmio Nobel da Paz, anunciado nesta sexta-feira, dia 10.
A ativista paquistanesa era a mais jovem entre os favoritos a receber o prêmio. Kailash Satyarthi, 50 anos, é um indiano que luta contra o trabalho infantil. Malala tornou-se um símbolo reconhecido internacionalmente de resistência aos esforços dos talibãs em negar educação e outros direitos às mulheres.
Aos 11 anos de idade, a indiana Malala chamou a atenção do mundo para as atrocidades cometidas pelo Taleban contra meninas que iam à escola em áreas sob controle da milícia. Sob um pseudônimo, as denúncias eram publicadas no blog da BBC local. Em 2012, talebans atiraram em Malala por ela defender o direito à educação. Após o atentado, ela tornou-se a principal voz mundial em defesa da educação feminina.
Embora no Brasil as mulheres tenham escolaridade ligeiramente superior à dos homens, as meninas também enfrentam dificuldades no seu percurso de formação. Uma pesquisa da ONG inglesa Plan International mostrou que 14% das meninas de 6 a 14 anos trabalham ou já trabalharam para terceiros.
Dessas, 37% trabalham ou já trabalharam em atividades domésticas; 16,5%, em lojas e mercados; 7% em serviços relacionados à agropecuária ou à pesca; 6%, em fábricas; e 5%, nas ruas, vendendo coisas, recolhendo material reciclável, vigiando ou limpando carros e em outras atividades informais.
Das meninas que tiveram experiência de trabalho ou estão trabalhando, 9,4% estão em São Paulo. A pesquisa perguntou também o que é importante para ser feliz. A maioria delas escolheu as alternativas “estudar” e “ter uma vida saudável”.
A pesquisa entrevistou 1.771 meninas de cinco capitais (São Paulo, Porto Alegre, Cuiabá, Belém e São Luís) e outras 16 cidades das cinco regiões do país.
(Com informações da Agência Brasil, da Campanha Nacional pelo Direito à Educação e da Agência Senado)